quinta-feira, 7 de julho de 2011

É UM LIVRO

“ELE MANDA MENSAGEM?
ENTRA NO TWITTER?
PASSA VÍDEOS?”

Na semana em que ocorre a FLIP em Paraty, resolvi falar sobre o livro.

Estamos vivendo na era da tecnologia, onde tudo muda muito rápido e como não poderia ser diferente, a tecnologia também tem afetado as crianças e adolescentes que se encantam com os “novos brinquedos” e passam horas conversando com seus amigos virtuais, vivendo dúzias de perfis e avatares online, lendo notícias no instante em que o fato acontece, criando hipertextos e blogs e zapeando na internet.

Este é o tema abordado no livro infantil “É um livro” de Lane Smith, Editora Companhia das Letrinhas 


“Com a invenção dos e-books, e a proposta de revolução que trazem consigo, surgem inúmeras dúvidas a respeito do futuro do livro.
Muitos aproveitam essa onda para reafirmar seu amor às letras impressas em papel, e dizem que o livro é uma espécie de deus grego: não morre nunca. Sem enveredar pelas malhas da vidência, mas deixando claro que um livro é um livro e isso basta, Lane Smith criou uma história ilustrada, tanto para crianças quanto para adultos, sobre o nosso velho e bom - e amado - livro. Aquele que, ao contrário dos produtos eletrônicos, não apita, não interage, não conecta nem retwitta. Mas que, só pela emoção da narrativa e das imagens, prende a atenção (e ainda rouba o coração) de qualquer um.”

Diante da globalização mundial não se pode fugir do virtual, ou seja, da realidade perceptual que disponibiliza sons, imagens e sensações, criados exclusivamente pela ação ou uso do computador, na vida das crianças. Hoje elas aprendem a usar todos os aparatos tecnológicos muito cedo. Dentre estes os “livros” virtuais.

Ficamos então com a perguntar se o livro digital irá matar o “livro analógico”. Assim como, o vinil morreu, o CD morreu, o VHS e o DVD morreram, levando junto as locadoras de vídeo. O jornal morreu, só esqueceram de enterrar. Por que tanta gente custa a acreditar que os livros vão morrer também, soterrados pela revolução digital?

Bem, eu sou uma dessas pessoas que acreditam que os livros não vão morrer. A tecnologia é muito importante e traz muitos benefícios. Podemos pensar na facilidade de comprar um aparelho e aí baixar qualquer livro de um catálogo de mais ou menos 20 mil títulos, por enquanto quase todos em inglês. Com a vantagem de que se pode fazer isso de qualquer lugar, pela rede 3G. Além de pensar que em um pequeno aparelho de mais ou menos 400 gramas cabem 1 500 obras, a economia de espaço, a facilidade de levar para qualquer lugar é inegável.

Contudo a maioria dos tablets possuem a tela de lcd. E vamos considerar que não dá para ler um romance inteiro em uma telinha dessas. Nossos olhos vão implorar para que largue o tablet e tente um livro de verdade.

Ou seja, acho que o fim dos livros impressos não está próximo e nem será rápido, como foi a extinção dos discos de vinil e o surgimento do CD.

E concordo com a opinião de Pedro Herz:

Acho o e-reader uma ferramenta fantástica, mas daí a virar o substituto do livro... Já vi esse filme antes, já vi o VHS chegar e dizer que ia acabar com o cinema. Já vi, na Feira de Frankfurt, dizerem que o mundo ia virar CD-ROM, e o mundo não virou CD-ROM. Dois anos depois não se falava nisso, as editoras me falavam: "Pô, perdemos um dinheirão, admitimos um monte de gente e não deu em nada". A sensação que eu tenho é que a gente está vendo uma nuvem, que vai passar. Pode ser que chova, mas, num curto prazo, não vai acontecer nada.

Livros continuarão existindo!!!