quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Steve Jobs e a revolução na área da deficiência


Segue post interessante de Patricia Almeida do site Inclusive: inclusão e cidadania sobre as possibilidades das novas tecnologias e principalmente das possibilidades do iPad no desenvolvimento de crianças. 

"Quando criou o iPad, Steve Jobs não tinha ideia do quanto aquela ferramenta iria ajudar um grupo de pessoas em geral esquecido. Sem querer, a comunidade de pessoas com deficiência ganhou um aliado de peso. O iPhone e iPad – influenciando os demais smartphones e tablets – acumulam um mundo de possibilidades para desenvolver as habilidades de pessoas com deficiência,  facilitar  sua vida, além de entretê-las e divertí-las, como nunca antes se imaginou possível.
Como forma de homenagear este visionário que infelizmente se foi, compartilho abaixo alguns dos usos possíveis do iPad e seus aplicativos por pessoas com deficiência. Melhor ainda quando chegarem ao Brasil os tablets de US$ 35 lançados na India, que assim poderão efetivamente chegar às mãos das pessoas com deficiência no país e no mundo.
Os vídeos abaixo estão em inglês, mas podem ser entendidos em grande parte apenas pelas imagens.
Minha filha, Amanda, jogando memória com o iPad
http://youtu.be/dgAXg14pZ5A
O iPad é uma mudança radical para pessoas com autismo
http://youtu.be/GEqV_8ahr90
Aqui um menino com apraxia pede para comer queijo e biscoito usando o iPad.
http://youtu.be/Tp2ROyyyqjo
Neste um menino com autismo aprende a escrever as letras usando o iPad.
http://youtu.be/o0eiovHNzAM
Menino com autismo ganha um iPad e começa a descobrir suas múltiplas funções
http://youtu.be/OYT5jUOH38g
O mesmo menino usando o iPad para ajudar com o que está estudando na escola
http://youtu.be/kdpjIR8KjLU
Menina com síndrome de Down aprendendo a ler, escrever e falar com o iPad
http://youtu.be/WQsltI9Yyu0
Proloquo2go customizado para uma menina pequena se comunicar
http://youtu.be/fMM7scevmZU
Criança com síndrome de bebê sacudido usa o iPad para usar mão
http://youtu.be/3pDjc8DTYlI
Bebê com holoprosencefalia brinca com o iPad
http://youtu.be/-d8INgbyEP8
Homem surdo mostra aplicativos úteis
http://youtu.be/N6bRxzWDbM8
Homem surdo apresenta aplicaticos, inclusive o telefone com imagem no iPad2
http://youtu.be/yPjfx3RLTNc
Acessibilidade – Voice Over, Zoom e White on Black
http://youtu.be/yLSaWwbuhfc"

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Nina e a felicidade

“Nina não sabe se um dia fará a felicidade de toda a humanidade... Finalmente, ela acha que, para ser feliz, não se deve ficar pensando sem parar na felicidade. Se a procuramos muito, se ficamos refletindo sobre ela o tempo todo, vamos nos sentir infelizes. É uma ideia estranha: não procurar a felicidade para encontrar a felicidade. “É engraçado”, pensa ela. “Passei esse tempo todo procurando-a e não podia encontra-la!”” (Brenifier, 2009, p.62)




Nina e a felicidade do autor Oscar Brenifier,ilustração: Íris de Moüy, Editora Globo. 



Oscar Brenifier é PhD em filosofia e escreve para as crianças. Sensível ao universo infantil, o autor constroi um texto simples é profundo sem ser difícil, que proporciona prazer sem abrir mão do rigor intelectual. Que respeita o pequeno leitor, porque o trata como um igual.

Na matéria Filosofar com as Crianças, publicada em 1 de Junho de 2008 na revista Notícias Magazine Oscar Brenifier afirma




“As crianças que têm filosofia são mais conscientes de si mesmas, mais tranquilas e, ao mesmo tempo, mais cuidadosas quando escutam os outros, mais capazes de desenvolver um pensamento crítico. São crianças que conseguem examinar uma ideia, que conseguem escutar os outros e concentrar-se com mais facilidade. A filosofia para crianças não é só uma disciplina. É mais do que isso. É transversal a várias áreas do conhecimento.” e que “…o que a criança diz é profundo ou é um sinal de genialidade”

“Uma criança de quatro anos pode pensar, com a sua experiência de quatro anos no que é a morte” (por exemplo) “Quando uma criança tem uma pergunta, não devemos precipitar-nos e dar-lhe uma resposta tipo para aquela situação. Devemos, antes, perguntar-lhe o que pensa sobre a morte” (por exemplo) “Devemos tentar aprofundar o seu pensamento. Há que valorizar a sua capacidade autónoma de pensar…”


Fazer com que crianças se interessem por Filosofia não é uma tarefa fácil e Brenifier assume esta missão  apoiado principalmente nas ilustrações. O livro Nina e a felicidade narra a história de uma garotinha se questiona sobre o mundo e as emoções.
Com suas inúmeras perguntas a curiosa protagonista nos leva junto com ela pelas deliciosas especulações filosóficas contidas em Nina e a felicidade.

“Nina é uma menina, que do alto de seus 8 anos de idade, se sente infeliz depois de brigar com sua melhor amiga na escola. Este é o ponto de partida para a garotinha fazer uma série de questionamentos sobre a felicidade - a si mesma e a todos a seu redor, inclusive seu cãozinho de estimação. O que é ser feliz? Por que é tão fácil ser infeliz? Felicidade é uma questão de sorte ou de escolha? Ela depende de mim ou dos outros? O que ela tem a ver com o amor? É possível ser feliz o tempo todo, para sempre? Insaciavelmente curiosa, Nina desfia pergunta sobre pergunta para tentar entender os próprios sentimentos diante de um mundo nem sempre fácil de decifrar.”

Brenifier conduz o leitor, pequeno ou grande, pela mais excitante das aventuras: o exercício do pensamento, fazendo referências a mitos gregos como o de Sísifo (condenado eternamente a empurrar uma rocha ao topo de uma colina), ao conto de fadas da Cinderela ou aos ensinamentos de Sidarta Gautama, o Buda. Utilizando mais reflexões do que ações na construção da trama em que os personagens dialogam o tempo todo.
O texto é emoldurado pelas ilustrações minimalistas de Iris de Moüy, artista francesa cujo trabalho tem forte influência dos mangás japoneses o que confere um toque especial à narrativa. Por ser ilustrado como uma história em quadrinhos e está dividido em pequenos capítulos o texto torna-se convidativo para os pequenos, já que é possível ler poucas páginas por vez.