terça-feira, 7 de junho de 2011

Os patinhos feios: A RESILIÊNCIA


A ideia do tema de hoje surgiu ao participar de uma defesa de trabalho de conclusão de curso.
Primeiro quero parabenizar minha aluna Ana Paula Fest Müller pelo excelente trabalho (Um olhar horizontalizado acerca da tutoria de resiliência: um estudo de caso)!

Mesmo que estes livros sejam apropriados para os adultos a aplicação do tema é de fundamental importância para o desenvolvimento infantil. A resiliência permite ao sujeito se adaptar às situações que apresentem fatores de risco e assim, superar as adversidades.
Uma pausa para “explicar” esta palavrinha: resiliência
A palavra vem do latim “resilio”, que significa voltar ao estado natural. O conceito oriundo da Física que se refere à propriedade de que são dotados alguns materiais, de acumular energia quando exigidos ou submetidos a estresse sem ocorrer ruptura. É aplicado ao comportamento humano com o objetivo de permitir que sejam adotadas mudanças nas atitudes para proporcionar melhoria na qualidade de vida das pessoas mesmo em situações do dia-a-dia de cobranças, prazos, pressões, muita tensão e estresse.
E por que pensar na resiliência como importante para o desenvolvimento infantil?
Algumas crianças podem apresentar problemas em seu desenvolvimento relacionados ao comportamento e/ou à um desequilíbrio emocional, e esses problemas ocorrem por uma falta de habilidade para enfrentar eventos estressantes e de risco comuns no seu dia-a-dia.
Podemos considerar também, de acordo com Cyrulnik que é por meio das relações sociais que a criança pode estabelecer um processo de equilíbrio entre os fatores de risco e de proteção. É também pelos vínculos seguros que são basicamente construídos no período da infância, que a possibilidade de se ter uma rede de apoio é construída. Essas redes, por sua vez, fortalecem a criança ou o adulto e permitem que ele alcance o equilíbrio entre os fatores de risco e proteção.
Então, se nós adultos pudermos conduzir as situações de adversidade enfrentadas pelas crianças de forma realista, proporcionando apoio e fazendo com que elas percebam seus limites e potencialidades, estaremos capacitando-as para enfrentar e superar as adversidades e o mais importante, transformando positivamente essas situações.
Mas, é importante lembrar que trabalhar com a criança a positividade das situações adversas não significa transformar essa criança em invulnerável. Ao enfrentar uma situação de risco, todos, crianças ou adultos, saíram do enfrentamento com algum dano, porém com uma visão positiva de reconstrução.
Seguem os exemplos
Como exemplos de resiliência podemos pensar em Maria Callas, da forma como foi citado no livro de Cyrulnik. Nascida em Nova York, filha de imigrantes gregos que devido a dificuldades econômicas, teve que regressar à Grécia com sua mãe em 1937, foi uma menina consumida por carências afetivas morando em depósito de crianças imigradas.
Podemos pensar também em Steve Jobs que fundou a Apple aos 20 anos, empresa composta por duas pessoas e que funcionava na garagem da casa dos pais de Jobs e se transformou, em dez anos, numa empresa com 10.000 colaboradores. Jobs foi demitido da própria empresa aos 30 anos, mas, devido a seu espírito empreendedor, ou melhor da sua resiliência, fundou a NeXT e  também comprou de George Lucas a Pixar Animation Studios transformando no maior estúdio de animação do mundo. No seu discurso em 2005 para os formandos da Stanford University compartilha três ótimas histórias de vida, de sua adoção até o câncer que enfrentou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário