segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Dez bons conselhos de meu pai

Dando continuidade ao tema do post anterior, a família, a indicação do livro desta vez é:



Lançar um livro infantil nunca foi uma pretensão para João Ubaldo Ribeiro, mas quando a ideia foi sugerida por sua editora ele aceitou de bate pronto o desafio. O texto foi escrito há mais de 30 anos, mas só agora chega às livrarias em formato de livro e dirigido às crianças.
Neste livro João Ubaldo Ribeiro traduz em sentenças curtas o resumo das diretrizes de vida passadas por seu pai. Tais como:





“Não seja burro”
“Não seja amargo”
“Nunca seja medroso”
“Não seja ignorante”.


Manuel Ribeiro, o pai do escritor baiano e tema do livro, era um homem estudioso e sempre foi exemplo e inspiração para o filho. Foi professor de história e de direito, ocupou diversos cargos importantes, como o de diretor da Faculdade de Direito da Universidade Católica de Salvador, foi deputado estadual em Sergipe e vereador em Salvador. Mas, afora todos esses títulos socialmente importantes, Manuel Ribeiro foi um bom pai segundo o próprio filho.
A casa da família na qual João Ubaldo cresceu era repleta de livros, com uma biblioteca que se espalhava por todos os cômodos e contemplava todos os gêneros, como, romance, filosofia, política, esoterismo. João Ubaldo, o filho mais velho, inserido nesta atmosfera, descobriu que estavam nos livros as suas vontades. Sem que ninguém mandasse, o João enquanto criança vivia mergulhado em histórias.


“Esse livro tem uma história diferente. Escrevi os Dez bons conselhos de meu pai como apêndice de um livro meu sobre política, publicado há uns 30 anos. Botei no fim desse livro não sei por que, ou, se sabia me esqueci. Esses Conselhos foram saindo nas subsequentes edições, até que alguma editora os tirou. Quando eu passei pra editora Objetiva Alfaguara, eu pedi para que voltassem a publicar o livro com os Conselhos. Aí voltaram e o texto chamou a atenção de Isa Pessoa, minha editora, que pensou em transformá-lo num livro infantil, e também passou essa ideia para a Bruna Assis Brasil, a responsável pela concepção gráfica do projeto e pelas ilustrações. Por isso ficou um livro tão bonito. Mas não foi tão intencional, aconteceu assim como eu lhe contei. (...) imagino que esses conselhos, não que eles sejam acatados na íntegra, mas acho que eles servem como tópicos de discussão em classe, numa época em que se questionam padrões éticos, morais, etc. Se questiona a participação do indivíduo na vida pública, os políticos e assim por diante. Eu acho que se esses conselhos levarem a algum debatezinho, entre estudantes e professores ou pais e estudantes, pode ser útil, mas eu não tenho certeza.”

O livro, como sugerido por Ubaldo, poderá ser o ponto de partida para pais e profissionais colocarem em discussão valores éticos que andam esquecidos hoje em um mundo onde as crianças encontram-se rodeadas pela perda de valores à família, ao outro, à ética além de viver em busca da satisfação imediata.

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