quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Dia D – 110 anos de Carlos Drummond de Andrade

Há 110 anos, nascia Carlos Drummond de Andrade!

Fonte Jornal do Brasil
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) nasceu em Itabira, Minas Gerais. Em 1921, vivendo em Belo Horizonte com a família, teve seus primeiros trabalhos publicados no Diário de Minas. Em 1924, conheceu Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral e nessa mesma época deu início a uma longa correspondência com Mário de Andrade, de quem recebeu orientação literária. Em 1927, fixou-se em Belo Horizonte trabalhando como redator e depois redator-chefe do jornal Diário de Minas. Em 1928, publicou na Revista de Antropofagia, de São Paulo, o poema No meio do caminho, que suscitou polêmica no meio literário. Dois anos depois publicou o primeiro livro, Alguma poesia, sob o selo imaginário de Edições Pindorama. Brejo das almas foi publicado em 1934, mesmo ano em que Drummond se transferiu para o Rio como chefe de gabinete de Gustavo Capanema, então ministro da Educação e Saúde. Em 1940, publicou Sentimento do mundo. Só a partir de 1942 teve seus livros custeados pela José Olympio, editora em que permaneceu até 1984, depois passou a ser editado pela Record. A década de 1950 foi marcada pela publicação de obras importantes, como Claro Enigma, Viola de bolso, Fazendeiro do ar e Fala, amendoeira. Ao completar 80 anos, o escritor recebeu o título de doutor honoris causa pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte e foi homenageado com exposições comemorativas na Biblioteca Nacional e na Fundação Casa de Rui Barbosa. Em 1984, decidiu encerrar a carreira de cronista regular, após 64 anos dedicados ao jornalismo. O poeta faleceu em 1987 deixando cinco obras inéditas: O avesso das coisas, Moça deitada na grama, Poesia errante, O amor natural e Farewell, além de crônicas e correspondências. Há livros de Drummond traduzidos para os idiomas alemão, búlgaro, chinês, dinamarquês, espanhol, francês, holandês, inglês, italiano, latim, norueguês, sueco e tcheco (Fonte Editora Record)

Os livros infantis escritos por Drummond são: O Elefante (1983), História de dois amores (1985), O pintinho (1988) e Rick e a Girafa (s.d.). Dentre estes o que marcou minha infância foi, sem dúvida, História de dois amores, uma história muito bonitinha e com as lindas ilustrações do Ziraldo, editado pela primeira vez em 1985.

O livro conta a história da pulga Pul que pousa na orelha do elefante Osborne e depois de algum tempo decide ficar ali para sempre. Os dois atravessam desertos, enfrentam inimigos, e no final encontram o amor que os torna felizes para sempre. Osborne descobre a felicidade em Zanzul e Pul apaixona-se por Quéria. O estilo é simples e tem a dose certa de poesia. Drummond elabora um texto que elege o amor como a única forma de conquista da felicidade porque ele não move apenas pulgas e elefantes, mas igualmente o sol e as estrelas. Com grande sensibilidade, Ziraldo acompanha com suas ilustrações, a narrativa de Drummond.


“Conversa vai, conversa vem, Pul acabou admitindo que o amor de Osbó e Zanzul não atrapalhava em nada as relações de Pul e Osbó. Eram sentimentos diferentes, que podiam existir juntos e abraçados. E Pul já estava meio arrependido de ter sido tão duro com o amigo. Daí, para que viver brigando? A paz na orelha de Osbó tinha seus encantos, e ele sentia falta de aconchego. Então, com muita elegância, Pul deu um pulo e instalou-se no antigo lugar em Osbó. Ele ficou todo contente, pois aquele pulguinho nervoso já fazia parte de sua vida. Todas as coisas, por pequeninas que sejam, têm lugar reservado junto de nós. E aquela não era uma coisa, era um ser vivo.”

Infelizmente o livro impresso encontra-se esgotado na editora, mas há a versão em audiobook da Luz da cidade, narrada por Odete Lara.


Recomendo para as crianças de todas as idades!

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